Tendo como cenário o mesmo mundo rural que José Riço Direitinho elegeu como palco das suas ficções anteriores e, mais uma vez, retratando muito bem um país que aos poucos está a desaparecer, a acção de "O RELÓGIO DO CÁRCERE" decorre entre o início de 1832 e os primeiros meses de 1834, no lugar imaginário de Vilarinho dos Loivos, o mesmo onde decorreu o cenário do livro que deste mesmo autor li anteriormente, e de que também já tinha gostado imenso, o excelente "BREVIÁRIO DAS MÁS INCLINAÇÕES".
O fidalgo da Casa do Seixo, Afonso Aires de Navarra (a quem, apesar de ainda não ter completado trinta anos chamavam há muito tempo "O VELHO"), e António de Soutelinho (que o acaso fez um dia guerrilheiro) são as duas personagens principais desta história onde ecoam os rumores da queda anunciada da Monarquia Absoluta e da sua substituição por um regime liberal.
Depois do muito que gostei do "Breviário das Más Inclinações" este livro confirma um lugar de destaque que José Riço Direitinho já ocupa, por direito próprio, no panorama da nova ficção nacional.
Gostei deste livro que nos mostra um mundo rural português que está a desaparecer se não desapareceu já na quase totalidade.
Um escritor a seguir.
José Riço Direitinho nasceu em Lisboa em Julho de 1965, sendo licenciado em Agronomia "A CASA DO FIM" maca a sua estreia literária, em 1992. Os seus livros estão traduzidos na Alemanha, Holanda, Itália, Espanha, França, Inglaterra e Israel, sendo a sua obra reconhecida como uma das mais representativas da nova geração europeia. |
Confesso que nunca li nada do JR Direitinho.
ResponderEliminarTenho pelo menos uma das suas obras cá em casa (numa estante perdida por aí...)
Com tanta insistência vou ver se encontro o livro e leio, Severino. :)
Bom dia dia Luís; foi um amigo (com gostos semelhantes nestas lides) que me falou neste jovem autor, e gostei dos dois livros que li.
ResponderEliminarEntretanto, o JR Direitinho meteu férias prolongadas (e ao que parece sem caneta)...