sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

LEITURAS 2015 - IV - ANTÓNIO MEGA FERREIRA





Há muitos anos que conheço (de vista) António Mega Ferreira e leio sempre com interesse as crónicas que encontro publicadas nas revistas ou nos jornais que vou lendo e sempre me pareceu  uma pessoa de bom gosto (excepto nas preferências clubísticas) e homem de grande cultura.

Por isso "UMA CALIGRAFIA DE PRAZERES", que não é o primeiro livro que li de ANTÓNIO MEGA FERREIRA, vem, de algum modo, confirmar o que acima refiro.

"UMA CALIGRAFIA DE PRAZERES" aborda diversos temas como por exemplo:

-as tapeçarias de Boussac que estão expostas numa sala semicircular do antigo mosteiro de Cluny, em Saint-Michel, onde hoje constituem a "jóia da coroa" do Museu da Idade Média.

-o que é uma habanera? dizem os dicionários de música que se trata de um tipo de "canção cubana e forma de dança do século XIX, cujo nome deriva da capital do país, Havana.


-do escritor cubano Guillermo Cabrera Infante, que ergueu, como nenhum outro, a voz para chorar a saudade da sua cidade natal, em que no seu livro "O Livro das Cidades" não falando de Havana mas é sobre outras cidades (a Londres pop, a Veneza eterna, a Nova Iorque cosmopolita) que este livro ecoa a saudade de um exílio...


-do sorriso de Mona Lisa (mulher de Francisco el Giacondo, daí a Giaconda como é conhecida esta tela desde que foi para França na bagagem de Francisco I) e que há cinco séculos assombra o museu imaginário da cultura ocidental...

-da cidade de Praga mágica
-do esplendor de Ruben A. e do seu excelente romance "A Torre de Barbela"
-da memória de gelados saboreados na infância, na Veneziana dos Restauradores 
-de gravatas e da sua colecção de mais de 200 peças 
-dos fogos de S. João 
-de restaurantes (bons e, certamente, caros) 
-do génio de Vivaldi 
-do nosso bife à Trindade e outros...
-de charutos 
-de chocolate

Enfim, um livro que, como se refere na contracapa do mesmo, não é, longe disso, um manual de sobrevivência, mas é, no entanto, um livro onde se fala de coisas que, ao longo da vida, se foram revelando essenciais para o autor.  

Lê-se com agrado e curiosidade, leitura simples e...aprende-se!


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