Certamente que mais de 80% dos livros que tenho em casa ainda não os li, contudo, quase todos os dias "confraternizo" com eles, embora muitos não me olhem de frente pois certamente pensam que já os esqueci, tão escondidos estão uns atrás dos outros e tão encavalitados estão uns sobre os outros.
Pois é sobre o autor (GILBERTO FREYRE) dum dos que ainda não li, ("Casa-Grande E Sanzala"), livro que me foi oferecido há mais de vinte anos pelo meu amigo Carlos Pinho e sobre o o qual Blaise Cendrars (1887-1961), um grande poeta suiço, que teve uma vida itinerante e que visitou o Brasil na década de 1920, disse: "Casa-Grande E Sanzala" uma maneira totalmente nova de escrever a história fazendo participar o povinho, o negro, gente de cor, caboclos mestiços da família brasileira.
Pois Gilberto Freyre, que foi talvez o maior dos sociólogos modernos, mas que praticamente desconhecido em Portugal, dizia uma verdade de ontem, uma verdade de hoje e uma verdade de sempre, e que, apesar de tudo, continuará a ser duma actualidade marcante em qualquer parte do universo:
-há uma nítida relação dialéctica entre o analfabetismo e a fome. Na América Latina havia fome porque grassava o analfabetismo, havia anlfabetismo porque a fome, por absoluto desprezo da justiça social, não permitia que se aprofundasse as razões do fosso que separava os cultos (quase sempre da minoria dominante) e os ignorantes (quase sempre filhos da minoria dominada). E avivou este pensamento: não existem marginais, mas apenas marginalizados económica, social e culturalmente.
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