sábado, 22 de outubro de 2011

UM ACTOR DE CINEMA - II

MARLON BRANDO - Parecia ser uma pessoa estranha, um homem misterioso, talvez até complicado nas suas relações, mas como actor de cinema, um gigante, absolutamente arrebatador.

Reli recentemente uma sua biografia donde extraí algumas passagens:

Sobre o grande Charlot -Charlie Chaplin era um homem terrível, era provavelmente o homem mais sádico que jamais conheci. Era um tirano egoísta e um avarento. Perseguia as pessoas (na altura da realização da CONDESSA DE HONG-KONG) quando chegavam atrasadas e pressionava sem piedade para trabalharem mais depressa. Tratava os seus filhos com extrema crueldade.
Ainda hoje o considero (Charlie Chaplin) talvez o maior génio que o meio artístico alguma vez produziu. Julgo que o seu talento é incomparável; fazia toda a gente sentir-se liliputiano. Mas como ser humano era, ao fim e ao cabo, um tipo com defeitos e qualidades, tal como todos nós.

Marlon Brando não poupa o povo americano a propósito do seu grau de cultura: Se dermos a escolher ao público entre Henrique V de Branagh e O Exterminador de Arnold Schwarzenegger, não é difícil prever a escolha da maioria. Se o montante investido na América fosse critério de gosto, então a grande maioria da nossa população identificar-se-ia com tudo aquilo que não presta.

Marlon Brando era, como já referi, um homem nada fácil, um indivíduo algo misterioso, mas de uma enorme coragem intelectual, ou seja, tinha a coragem de dizer sempre e em qualquer circunstância aquilo que pensava, coragem que, infelizmente, poucos possuem.

Era um Homem de coração enorme, um Homem bom. Defensor dos fracos, dos oprimidos, dos que não têm voz (o amigo dos índios retorquia o meu amigo Almeidinha quando, nas nossas conversas, eu falava com admiração deste actor).

Dizia ainda Marlon Brando: "Algo que, na minha vida, não deixa de me surpreender, é o facto de ter nascido (nos EUA), apenas sessenta e dois anos após um ser humano poder comprar outro ser humano"

2 comentários:

  1. Do Marlon Brandon, só sei que ele tinha olhos bonitos e era bom actor. Agora do "tinha a coragem de dizer sempre e em qualquer circunstância aquilo que pensava", não sabia e nem sei em que circunstâncias... Só sei que nem sempre é corajoso fazer isso, às vezes pode magoar pessoas sem necessidade. Mas uma vez, depende das circunstâncias...
    Verdinha

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  2. Quando digo que tinha a coragem de dizer sempre e em qualquer circunstância aquilo que pensava não me estou a referir ao plano das relações pessoais mas sim nas relações sociais e políticas.
    Por exemplo, quando, em 1973, venceu o Oscar pelo fime O Padrinho, Marlon Brando enviou uma índia (que mais tarde se descobriu ser uma actriz) fazer um discurso em seu nome, protestando contra a forma como os EUA e Hollywood discriminavam os nativos americanos.

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